sexta-feira, 21 de agosto de 2009

DA ESCURIDÃO SE FEZ POESIA




Da escuridão se fez poesia


Haja luz!E tudo se fez poesia.


No primeiro verso do poeta,


Que da escuridão,


Tudo tornou belo.





Preciosas palavras,


Que através delas


Esse majestoso autor


Tudo formou,Tudo criou.





Bela poesia,


Que conta uma história de amor,


De um poeta que só sabia amar


E através de belos versos,


Uma beleza sem igual,


Primeiro casal,


Primeiro par.





Amor que aos dois une,


Sentimento que mutuamente se nutre,


Entre versos e poeta.


Nós somos versos


De uma bela poesia,


Do poeta que se fez verbo


Para amar cada vez mais


E no toque de seu abraço,


Trazer a paz.





Para os seus


Que há muito esqueceu


Da beleza da poesia


E das palavras do poeta


Que a tudo vida deu.





E agora na morte


Uma nova poesia


Escrita com sangue e dor


O verbo deu sua vida


Como versos de amor.





Para reescrever a história


E recriar os versos


Para uma nova poesia.





Haja amor!


Primeiro verso declamou


Que da escuridão


Nova poesia formou.





Thiago Azevedo

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

SOBRE POEMAS E POESIAS






É bom destacar a diferença entre poema e poesia. Apesar de serem tratadas por muitos como sinônimos, o uso dos dois termos entre os estudiosos apresenta diferenças, a saber:




1.1 Poesia: Caráter do que emociona, toca a sensibilidade. Sugerir emoções por meio de uma linguagem. (FERREIRA, 1993)


1.2 Poema: Obra em verso em que há poesia.Se o poema é um objeto empírico e se a poesia é uma substância imaterial, é que o primeiro tem uma existência concreta e a segunda não. Ou seja: o poema, depois de criado, existe per si, em si mesmo, ao alcance de qualquer leitor, mas a poesia só existe em outro ser: primariamente, naqueles onde ela se encrava e se manifesta de modo originário, oferecendo-se à percepção objetiva de qualquer indivíduo; secundariamente, no espírito do indivíduo que a capta desses seres e tenta (ou não) objetivá-la num poema; terciariamente, no próprio poema resultante desse trabalho objetivador do indivíduo-poeta. (LYRA, 1986)


O poema destaca-se imediatamente pelo modo como se dispõe na página. Cada verso tem um ritmo específico e ocupa uma linha. O conjunto de versos forma uma estrofe e a rima pode surgir no interior dessa estrofe. A organização do poema em versos pode ser considerada o traço distintivo mais claro entre o poema e a prosa (que é escrita em linhas contínuas, ininterruptas).No Cruz e Sousa das obras iniciais, há esse poema, considerado um marco do Simbolismo no Brasil, no qual o autor se vale das figuras de linguagens (aliteração, sinestesia), que revela, então o uso da poesia, tão eloqüente no quarteto:


Vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas,
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas



ATIVIDADE TP3 GÊNEROS POESIA E POEMA ( Leitura dos textos das páginas 67 a 87 e do Artigo " Sobre Poemas e Poesias" da autora Anna Helena Altenfelder )
1.Com base na leitura do material referido no item 1, responda:

a) Como ensinar a produção de poemas?

Através leitura de muitos poemas, reflexão sobre a situação de produção, atividades para que se apropriem de recursos poéticos e possam utilizá-los com facilidade. Alguma inspiração também é necessária para que os poemas aconteçam

b) Há diferença entre poema e poesia? Como explicar isso a um aluno?

Segundo o Mini Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, poesia é a "Arte de criar imagens, de sugerir emoções por meio de uma linguagem em que se combinam sons, ritmos e significados". No mesmo dicionário, poema é definido como: "Obra, em verso ou não, em que há poesia", ou seja: quando falamos em poema, estamos nos referindo a textos que têm ritmo e sonoridade próprios e contêm poesia; quando falamos de poesia, nos referimos àquilo que torna um texto poético. O que torna um texto poético é o sentido artístico que seu autor consegue imprimir ao que escreve.

3.ler e selecionar um poema de um autor contemporâneo conhecido (livre escolha)

MINHA MORTE NASCEU QUANDO EU NASCI




Minha morte nasceu quando eu nasci...
Despertou, balbuciou, cresceu comigo...
E dançamos de roda ao luar amigo
Na pequenina rua em que vivi

Já não tem mais aquele jeito amigo
De rir que, aí de mim, também perdi
Mas inda agora a estou sentindo aqui,
Grave e boa, a escutar o que lhe digo:

Tu que és minha doce prometida,
Nem sei quando serão nossas bodas,
Se hoje mesmo... ou no fim de longa vida...
E as horas lá se vão, loucas ou tristes...

Mas é tão bom, em meio às horas todas,
Pensar em ti...saber que tu existes!

Mário Quintana

4. Com base no trabalho realizado no encontro anterior, preveja etapas de leitura de um texto do gênero poético, escolhido no item 2, para serem aplicadas numa suposta turma de 5a. a 8a. série do ensino fundamental.

MINHA MORTE NASCEU QUANDO EU NASCI ( Mário Quintana)


MINHA MORTE NASCEU QUANDO EU NASCI ( Mário Quintana)

Atividades para o momento da pré-leitura

1. Iniciar a tarefa de leitura deixando que os alunos visualizem somente o título do poema.
2. Estimular os alunos a inferirem sobre a história do nascimento do autor, ativando o conhecimento prévio deles a partir do título do mesmo. Algumas questões podem ser levantadas ,contudo, deve-se evitar conduzir as hipóteses dos alunos sobre o texto.
3 .Proporcionar a leitura silenciosa para que possam refletir , seguida pela leitura audível. Nesse momento, novos questionamentos poderão ser realizados, visando intermediar na compreensão da história do nascimento com a relação que Mário faz com a morte como um todo. Sobre o que trata o texto? O que poderia representar a infância para o autor? Qual a ideia que ele procurou transmitir com a associação entre a morte e o nascimento? Por que será que diz: “minha morte nasceu quando eu nasci”? O professor poderá falar brevemente sobre figuras de linguagem.

Atividades para durante a leitura

1.Apresentar o poema e fazer uma leitura compartilhada do texto, com ritmo e harmonia.

MINHA MORTE NASCEU QUANDO EU NASCI

Minha morte nasceu quando eu nasci...
Despertou, balbuciou, cresceu comigo...
E dançamos de roda ao luar amigo
Na pequenina rua em que vivi
Já não tem mais aquele jeito amigo
De rir que, aí de mim, também perdi
Mas inda agora a estou sentindo aqui,
Grave e boa, a escutar o que lhe digo:
Tu que és minha doce prometida,
Nem sei quando serão nossas bodas,
Se hoje mesmo... ou no fim de longa vida...
E as horas lá se vão, loucas ou tristes...
Mas é tão bom, em meio às horas todas,
Pensar em ti...saber que tu existes!

Mário Quintana

2. Após a leitura compartilhada, levantar algumas questões relacionadas ao texto. Exemplos: Que tipo de texto é esse? Do que ele trata? As palavras nele contidas sugerem um sentido denotativo ou conotativo? Que postura devemos adotar diante da representação da morte em nossas vidas?
3. Favorecer para que os próprios alunos infiram no texto e exteriorizem suas diferentes leituras quanto ao conteúdo lido. Um único texto oferece diferentes possibilidades de leitura, assim como vários textos podem oferecer a mesma leitura. Isso acontecerá segundo o conhecimento de mundo de cada leitor e é isto que torna tão rico o trabalho aqui proposto. Poderão surgir debates sobre assuntos polêmicos como reencarnação, vida após a morte e outros. O educador deverá estar preparado para interagir junto a seus alunos, aproveitando as diferentes interpretações dadas ao texto. Deve ainda valorizar todos os pontos de vista apresentados, porém sempre primando pela melhoria das relações dos alunos entre si e com as demais pessoas de seus convívios. Nessa parte do trabalho, poderá ainda levar reportagens para que os alunos compreendam a necessidade de tratar vários assuntos polêmicos abertamente.

• Atividades para o momento da pós- leitura

1. Propor aos alunos uma ação, ou melhor, uma atuação que traduza o conteúdo debatido ou estudado. Cada equipe deverá produzir algo como uma esquete, um teatro, cartazes, desenhos, slogans e outros. Nesse ponto, será possível detectar até onde a proposta de leitura terá sido construtiva.